Perto das 18, estica a colcha da cama e ajeita as duas almofadas acetinadas que permitem dizer que aquele é um quarto de mulher. Passa mais uma vez uma mão pelo cabelo para disfarçar com os caracóis o jeito feito pelo elástico que o amarrou durante quase todos o dia. Chegou há pouco e rapidamente trocou de roupa e refrescou-se depois de um dias sentadas a uma máquina.
As batidas levam-na a abrir a porta e a deixar entrar o senhorio, um homem baixo e balofo, com bigode farto a ironizar a já extensa calvice. Não são necessárias palavras para a rotineira cobrança.
Maria desabotoa a blusa deixando a combinação de renda preta sintética contrastar com a alvura da sua pele. Inclina-se um pouco para desabotoar a saia quando a mão de dedos curtos agarra o seio esquerdo numa amassada carícia. O movimento da saia ao atingir o chão é obliviado pela sonora sucção do seio direito e pela mão que rápida invade as cuecas secas.
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