Não será por coincidência que os quatro países são mediterrâneos, com as suas tradições gastronómicas e sociais, é impossível não recordar a tradição da matança do porco, momento em que famílias e comunidades se juntam para, normalmente num fim-de-semana, providenciar os alimentos que garantem a subsistência durante o Inverno. Esta tradição, hoje já muito em desuso, era um misto de convívio e de necessidade, em que homens e mulheres têm papéis definidos. Os homens matam, desmancham o bicho e preparam as carnes que seguem para a salgadeira, ou actualmente são congeladas. As mulheres cozinham as carnes e o sangue e preparam e fazem os enchidos, que permaneceram durante alguns meses ao fumeiro. Para muitos esta é uma tradição bárbara e primitiva, tal como o estado dos países que a praticam. Talvez…
Mas é também impossível falar de porcos, economia e política, sem fazer qualquer associação orwelliana. E tendo em conta os recentes escândalos e notícias sobre tráfico de influências, subornos e pressões mediáticas, é fácil perceber que nem todos são iguais, e quais são aqueles mais iguais do que os outros. Serão aqueles sobre os quais Sérgio Godinho cantava “eles comem tudo e não deixam nada.”
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