Na grande maioria dos sistemas judiciais ocidentais, um individuo é considerado inocente até prova em contrário. Há muitos casos em que as acusações são maliciosas e baseadas em elementos circunstâncias, mas que após análise se comprovam ser indícios errados. Infelizmente, todos estamos sujeiros a situações mais ou manos dúbias.
Mas como diz o ditado, onde há fumo, há fogo. Ou seja, quando alguém é acusado, não de um crime, mas de vários, é muito provável que seja culpado de algum. Não é cinismo. É bom senso. E depois há acções que parecem exactamente corroborar essas acusações.
Diz também o ditado que quem não deve não teme. Não é verdade. Tem-se a consciência tranquila, mas teme-se, porque infelizmente a justiça é cega e não vê a verdade. No entanto, quem não deve, tem por hábito colaborar no apuramento da verdade, pois é do seu interesse. Mas quando há fugas arquitectadas, encobrimento de dados e outras situações, é óbvio que se tem esqueletos no armário.
É pena que este tipo de situação aconteça na vida política nacional (e internacional).
Os responsáveis políticos devem respeito aos seus eleitores. No entanto, parecem ser os primeiros a desrespeitar quem os elege.
As frequentes notícias de abusos de poder e de indigitações judiciais deveriam ser suficientes para os partidos e candidatos políticos, por uma questão de decoro, não se submeterem ao escrutínio público. Mas quando o fazem, o que me choca mais é que saiam vencedores. Lamento. Pelos eleitores, pelo processo democrático, pela minha dignidade enquanto cidadão de um país.
Que respeito podemos exigir quando elegemos quem não nos respeita?
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