Em 1941, Borges escreveu um pequeno texto intitulado A Biblioteca de Babel que foi editado em 1944 no livro Ficções. Desde a sua edição, este pequeno conto tem instigado a curiosidade e o fascínio de todos quantos o lêem, desde os meros leitores, até aos profissionais que de um modo ou de outro se ligam à actividade da leitura.
Neste texto, Borges apresenta-nos um arquétipo de biblioteca, não só do ponto de vista físico, como organizacional. A sua proposta de biblioteca recorda-nos a figura geométrica do fractal, que se estende até ao infinito, através de inúmeros desdobramentos sequenciais. Assim, podemos considerar a biblioteca como uma figura natural, capaz de se desdobrar de modo a comportar qualquer crescimento e evolução do conhecimento.
Do ponto de vista organizacional, Borges coloca a tónica na figura do bibliotecário, esse mediador entre o leitor e o caos de informação. Assim, o bibliotecário é o ser que mais se aproxima de um estatuto divino, pois é o único que consegue impor qualquer ordem ou sentido ao caos primordial. É a este que cabe organizar, difundir, mas também seleccionar a informação, o que faz dele também um censor poderoso. O bibliotecário é o arqueólogo da informação, pois está nas suas mãos a possibilidade da descoberta da informação que se julga perdida, um tesouro que tanto pode revelar a pedra filosofal, como a panaceia ou quem sabe a origem do tempo.
Deste modo, a Biblioteca de Babel, resultante de vários saberes, culturas e conhecimentos, revela-se também ela um enigma. Quiçá a verdadeira caixa de Pandora.
Neste texto, Borges apresenta-nos um arquétipo de biblioteca, não só do ponto de vista físico, como organizacional. A sua proposta de biblioteca recorda-nos a figura geométrica do fractal, que se estende até ao infinito, através de inúmeros desdobramentos sequenciais. Assim, podemos considerar a biblioteca como uma figura natural, capaz de se desdobrar de modo a comportar qualquer crescimento e evolução do conhecimento.
Do ponto de vista organizacional, Borges coloca a tónica na figura do bibliotecário, esse mediador entre o leitor e o caos de informação. Assim, o bibliotecário é o ser que mais se aproxima de um estatuto divino, pois é o único que consegue impor qualquer ordem ou sentido ao caos primordial. É a este que cabe organizar, difundir, mas também seleccionar a informação, o que faz dele também um censor poderoso. O bibliotecário é o arqueólogo da informação, pois está nas suas mãos a possibilidade da descoberta da informação que se julga perdida, um tesouro que tanto pode revelar a pedra filosofal, como a panaceia ou quem sabe a origem do tempo.
Deste modo, a Biblioteca de Babel, resultante de vários saberes, culturas e conhecimentos, revela-se também ela um enigma. Quiçá a verdadeira caixa de Pandora.
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