31.3.14
Demagogia cancerígena
O cancro
deixou de ser considerado uma doença mortal para ser considerado uma doença
crónica. É verdade que a evolução das terapêuticas permite esta evolução no
modo como encaramos a doença. No entanto, isso não deve dar azo à demagogia com
que certas celebridades dizem ter vencido o cancro. Na luta contra o cancro,
vencem-se batalhas, mas raramente se vence a guerra. E muitos são infelizmente
os casos que o corroboram.
30.3.14
29.3.14
28.3.14
Como aferimos o nosso valor?
A nossa
sociedade há muito que se rendeu aos índices quantitativos e só recorre aos
qualitativos quando os demais são escassos e a vergonha de os apresentar só
pode ser mitigada pelo eventual prazer da exclusividade. Quando tudo é
desenhado para ser tangível, logo quantificado, como podemos aferir – e crer- o
nosso valor se nada temos de palpável, nomeadamente património e/ou valor
pecuniário?
Podemos sempre evocar a nossa capacidade e potencial intelectual, mas se não tivermos a capacidade de a converter em riqueza material, será que é valido para os demais? Será que nós, cientes dos valores sociais que nos rodeiam, nos contentamos com esse bem tão imaterial? Então, como é que mantemos o nosso valor, mesmo que seja só para nós?
Podemos sempre evocar a nossa capacidade e potencial intelectual, mas se não tivermos a capacidade de a converter em riqueza material, será que é valido para os demais? Será que nós, cientes dos valores sociais que nos rodeiam, nos contentamos com esse bem tão imaterial? Então, como é que mantemos o nosso valor, mesmo que seja só para nós?
27.3.14
Ficar e
testemunhar o seu despertar. Perceber a sua surpresa e ver as suas barreiras
erguerem-se no olhar e na expressão corporal. Explicar a presença na sua cama. Como
não consegui evitar a curiosidade de a ver como nunca se mostra. Como não achava
que alguma vez a veria: apenas uma mulher, serena no descanso seguro.
Partir e
esperar no sofá. Explicar o que faço na sua casa num sábado à tarde, intrometendo-me
no seu descanso sem que alguma urgência profissional o justifique.
Simplesmente
partir e esperar que por algum milagre de esquecimento a sua companheira de
casa omita que me deixou entrar enquanto ia aos seus compromissos.
Qualquer opção
parece inverosímil e a única explicação existente também me parece difícil de
aceitar: o desejo imperativo que me fez para o carro, aproveitar a porta aberta
do prédio, o modo como a sua companheira de casa abriu a porta enquanto saia e
sem qualquer dúvida sobre as suas intenções impronunciadas o deixou entrar.
Os atónitos
segundos de espera na sala. Mas. Se o impulso o tinha trazido até aqui, onde
mais o poderia levar? Pela configuração do apartamento era fácil perceber os
quartos e uma porta encostada denunciava o seu.
Ficar ou
partir.
Aqui chegado,
ficava.
Primeiro o
casaco, depois os sapatos. A cama quente. O seu corpo adormecido a acusar o movimento
do seu corpo. A acusar, mas não a recusar. E a serenidade do momento a puxar
para o onírico lugar onde tantas vezes nas ultimas semanas adivinhava e sentia
o seu corpo.
26.3.14
25.3.14
Die Hard: Nunca é Bom Dia para Morrer (2013)
Realmente,
John MacLaine é duro de roer e difícil de matar. Desta feita, faz-se acompanhar
pelo primogénito, agente secreto infiltrado algures numa máfia russa. Terrorismo,
explosões e humor sarcástico para um dia ou noite de chuva aconchhegados no
sofá.
Título original: A Good Day to Die Hard * Realização:
John Moore * Argumento: Skip Woods * Elenco: Bruce Willis, Jai Courtney, Sebastian Koch, Amaury Nolasco
24.3.14
Dou-lhes Um Ano (2013)
Um jovem
casal apaixona-se e, para surpresa dos familiares, que os consideram incompatíveis,
dão o nó. A convivência diárias fá-los-á compreender que na verdade não são
almas gémeas e após algumas peripécias e de cada um encontrar a respectiva
cara-metade acabam por se separa com a perspectiva de um efectivo felizes para
sempre.
Comédia romântica
para domingo à tarde sobre (des)encontros amorosos e respectivas expectativas.
Título original: I Give It a Year * Argumento & Realização: Dan Mazer * Elenco: Rose Byrne, Rafe Spall, Alex Macqueen, Minnie Driver, Anna Faris, Jason Flemyng, Stephen Merchant
23.3.14
O céu
anuviou. Georg estugou o passo, pois quanto mais plúmbeo o céu, menos tempo
teria para chegar ao barraco. Ser apanhado pela borrasca sem qualquer pálio, e
ainda sem estar em posse de todas forças, era certo que o prostraria de novo na
enxerga de burel, sendo mais difícil, sozinho, sanar a nova maleita.
22.3.14
Tudo Por Um Bebé (2012)
Um jovem
casal procura ter filhos, mas o marido perdeu a capacidade de produzir espermatozóides.
Para satisfazer a vontada da mulher de ter filhos biológicos em comum, enceta
uma mirabolante assalto ao banco de esperma para roubar a ultima amostra que
doou na juventude, em troca de dinheiro para pagar os estudos.
Comédia romântica
para domingo à tarde e que, muito superficialmente, nos pode levar a reflectir
sobre a parentalidade.
Título
original: The Babymakers * Realização: Jay Chandrasekhar *
Argumento: Peter
Gaulke, Gerry
Swallow * Elenco: Paul Schneider, Olivia Munn, Kevin Heffernan
21.3.14
Olhou-a.
dormia placidamente.
Não espera
poder assistir a este momento.
As pálpebras
fechadas escondiam o olhar observador e céptico a que vetava todas as suas
relações. Desconhecia a razão de tal olhar emoldurado pela simpática e
afabilidade diárias. Nunca conseguira captar um olhar confiante. Que traição o
teria originado, pois só uma traição explicava tal cepticismo.
Não se
julgava merecedor de outro olhar. Era homem e, como tal, falível. Mas exactamente
por ser homem o seu instinto primitivo atraia-o para aquele mulher inacessível.
Que barreiras seriam necessárias sobrepor, que tempo seria necessário disponibilizar,
que tipo de homem teria de aprender a ser?
20.3.14
Viver num prédio
de muitos inquilinos impõe-nos o contacto com inúmeros personagens que de outro
modo não escolheríamos para as nossas vidas. Os vizinhos são realmente uma
segunda família, mas daquelas que não se escolhe e que nos calha por heranças,
nem sempre agradável.
Um dos cromos que me calhou é um bêbado que inicia as manhãs com chorrilhos de insultos votadas à mulher, uma pequena arrisca cujos saltos altos ecoam todo o dia pelo apartamento. Portas a baterem com estrondo e os apartamentos contíguos a estremecerem. Cheiro a tabaco no elevador e, dizem algumas vizinhas, mijo nas caixas de correio.
Antigo caçador, só descansei quando soube que a polícia lhe confiscou as armas na sequencia de uma denuncia ou arriscávamo-nos um dia a ser protagonistas de todos os noticiários sensacionalistas.
Boné na cabeça, camisa aberta até ao cós das calças, cheiro a denunciar falta de alguns banhos, manchas de urina nas calças.
Um dos cromos que me calhou é um bêbado que inicia as manhãs com chorrilhos de insultos votadas à mulher, uma pequena arrisca cujos saltos altos ecoam todo o dia pelo apartamento. Portas a baterem com estrondo e os apartamentos contíguos a estremecerem. Cheiro a tabaco no elevador e, dizem algumas vizinhas, mijo nas caixas de correio.
Antigo caçador, só descansei quando soube que a polícia lhe confiscou as armas na sequencia de uma denuncia ou arriscávamo-nos um dia a ser protagonistas de todos os noticiários sensacionalistas.
Boné na cabeça, camisa aberta até ao cós das calças, cheiro a denunciar falta de alguns banhos, manchas de urina nas calças.
19.3.14
Um Lugar Especial (2012)
Um
velho escritor negro, numa cadeira de rodas, passa um verão como vizinho de uma
mulher recém divorciada e da suas três filhas, recuperando a inspiração para
voltar a escrever. História bonita pela invocação do poder da imaginação, como
o mais importante dos poderes humanos. História inverosímil pela improvável
história de amor que tece entre estes dois adultos.
Título original: The
Magic of Belle Isle * Realização: Rob Reiner * Argumento: Guy Thomas * Elenco: Morgan Freeman, Virginia Madsen, Madeline Carroll
18.3.14
O Eléctrico 16, Filomena Marona Beja
Quatro gerações
de mulheres cruzam-se, tendo como fio condutor Helena, filha, mulher,
profissional, mãe, avó. As circunstâncias e diferentes expectativas pessoais,
familiares e sociais a que cada uma responde tendo como pano de fundo a segunda
metade do século vinte português, com principal incidência para a época que
precedeu a revolução dos cravos. Uma lição de história e uma história em que
cada mulher se revê.
17.3.14
16.3.14
Aldeia da Palhota
A aldeia avieira da Palhota, onde Alves Redol viveu vários meses, é gerida pela Associação Palhota Viva e é possivel pernoitar na Casa do Avieiro, que permanece idêntica e que recomendo.
Para mais informações:
Pedro Santos - 963752615
Saudações Escotistas! |
Pedro Santos - 963752615
Tânia Simões - 926564424
Email: palhotaviva@gmail.com
15.3.14
Desde que
vira aquela sugestão de ameno mar azul numa tela de cinema em criança que
estabeleceu com objectivo de vida conhecer as ilhas gregas. Agora, aos 32,
cumpria o sonho, mas este assumia a angústia agorafobia de um pesadelo.
Qualquer semelhança com o sonho não passava de aoristo. Só uma visita necromancica a poderia alertar, mas duvidava de qualquer previsão. E nada lhe levara a suspeitar que a imensidão cerúlea a prostrasse. Não sabia explicar como se sentia, mas à sua mente só aportava para o que imaginava ser um teredo infinitamente preso no pé do pequeno cais.
Qualquer semelhança com o sonho não passava de aoristo. Só uma visita necromancica a poderia alertar, mas duvidava de qualquer previsão. E nada lhe levara a suspeitar que a imensidão cerúlea a prostrasse. Não sabia explicar como se sentia, mas à sua mente só aportava para o que imaginava ser um teredo infinitamente preso no pé do pequeno cais.
14.3.14
Que desculpas utilizamos maioritariamente?
- É difícil;
- É arriscado;
- É demorado;
- Dará origem a problemas familiares;
- Não mereço;
- Não faz parte da minha natureza;
- Não me posso permitir tal coisa;
- Ninguém me ajudará;
- Nunca tive a oportunidade;
- Não sou forte o suficiente;
- Não sou inteligente o suficiente;~
- Sou demasiado velha;
- As regras não permitem;
- É um objectivo demasiado alto;
- Não tenho energia;
- É a minha herança familiar;
- Estou demasiado ocupado;
- Tenho medo.
13.3.14
A Idade da Loucura (2013)
Imagine A
Ressaca vivida por três amigos à beira dos 21 anos, idade da maioridade por
terras do tio Sam. Muito humor
escatológico-alcoólico e estupidez humana juntas.
Título original: 21 & Over * Realização:
Jon Lucas, Scott Moore * Argumento: Jon Lucas, Scott Moore * Elenco: Miles Teller, Justin Chon, Jonathan Keltz|
12.3.14
11.3.14
Fintar o Amor (2012)
Uma antiga glória do futebol britânico ruma aos EUA para recuperar a relação
com o seu filho e a mãe deste. Para o conseguir torna-se trinador da equipa
infantil do filho para gaudio da diversas soccer mums.
Comédia romântica cujo maior mérito deve ser a eventual divulgação do desporto por terras do tio sam.
Comédia romântica cujo maior mérito deve ser a eventual divulgação do desporto por terras do tio sam.
Título Original: Playing
for Keeps * Realizador: Gabriele Muccino * Argumentista: Robbie Fox * Elenco: Gerard Butler, Jessica Biel, Dennis Quaid, Uma Thurman, Catherine Zeta-Jones, James Tupper, Judy Greer
10.3.14
Chega de Desculpas, Wayne Dyer
Sempre senti que utilizava demasiadas desculpas para não
realizar ou comprometer-me com diversos objectivos e sonhos. Ao deparar-me com
este livro, em promoção, a minha consciência ditou-me: é desta que vais
aprender algo mais como vencer as inseguranças por de trás das desculpas. A sua
leitura não me livrou das ditas, mas com certeza que me ajudou a compreender
algumas e, se no futuro, conseguir combater uma que seja, então terá valido a
pena.
8.3.14
7.3.14
O amor nos Tempos de Cólera, Gabriel Garcia Marquez
Não sei
precisar há quanto tempo li este livro, mas foi certamente há mais de 10 anos,
pois não tenho qualquer registo da sua leitura neste 10 anos de participação na
blogosfera. Não tendo relido a obra, vou basear este registo na minha memória
feita dos pragmatismos e inexperiências próprios dos vinte e poucos anos.
Realismo
mágico – não será uma característica típica desta obra e o único momento em que
o identifico será exactamente no final, quando os protagonistas se refugiam de
qualquer contacto com a realidade viajando alternadamente rio acima, rio
abaixo, num espaço e tempo só seus.
Amor – o que
é o amor? Se soubéssemos não estávamos aqui. Imaginado o que seriam as palavras
de Drummond, este polígono amoroso poderia ser descrito do seguinte modo:
Florentino ama Fermina que juga amar Urbano, que vai amando outras mulheres,
que terão outros amores e talvez até tenham amado Florentino. Ou, parafraseando
alguém que me é caro, então é tudo ao contrário.
Fermina não
ama Urbano, ama as possibilidades que lhe identifica: o estatuto social, o
desafogo económico, a boa parecença, as expectativas familiares. Ou seja,
quando muito, é um amor circunstancial e, como tal, efémero. Quando muito é um bem-intencionado
desejo de amar, mas de intenções...
Se não fosse
uma personagem ficcional, esperaria Florentino 50 anos por uma mulher? Talvez o
próprio Florentino seja o expoente desse realismo mágico, pois um amor assim
tem algo de sobrenatural, como um fantasma que não abandona o plano físico,
pois ainda lhe falta concretizar algo.
6.3.14
5.3.14
Pausa
É verdade
que a vida não faz pausa, mas por vezes necessitamos de colocar em pausa a
nossas circunstâncias (familiares, profissionais, sociais e até pessoais) para
nos reequilibrarmos e recuperar a serenidade e a perspectiva exterior.
4.3.14
QUEM MORRE?, Martha Medeiros
Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Olhos e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos...
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ
3.3.14
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