A comédia romântica não é um território habitual no cinema português, mais dado a dramas e abstrações conceptuais. E este ingresso de António Pedro Vasconcelos tem o seu mérito. Para fazer melhor, só mesmo fazendo mais. Em termos de enredo, esta é a versão nacional de Notting Hill, em que o famoso bairro inglês é trocado pelas ruas alfacinha que servem de cenário à história entre a bela estrela de televisão e o paparazzo encarregue de a seguir. E entre Hugh Grant e Marco de Almeida, acho que ficamos a ganhar. Pelo meio ficam alguns considerandos sobre a indústria da televisão e a sua relação de interdependência com o jornalismo cor-de-rosa e a velhinha questão entre representação industrial e a arte do palco. Tudo isto é servido por um humor acutilante que serve e enriquece a história.
Nota, é claro, para a participação de Nuno Markl, a fazer de si próprio, numa “personagem” que não deixa nada a dever a Rhys Ifrans.
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