A premissa de Shrek foi sempre desconstruir o conceito dos contos de fadas, em que o amor, após encontrado, traria a felicidade a completa e, claro está, para sempre.
Ao longo da saga constatamos que o príncipe encantado pode na verdade ser um ogre, ou seja, a pessoa que idealizamos não é real. As pessoas reais têm defeitos e a pessoal ideal não é necessariamente o que desejamos, mas sim quem nos completa. O amor e uma cabana não existe. Ninguém vive isolado, tudo e todos os que nos rodeiam exercem pressões sobre os relacionamentos, por vezes intencionalmente, por vezes não. Isto sem esquecer que, por norma, a cabana está hipotecada. O desgaste do tempo corrói as nossas expectativas, mas tomamos as nossas opções e assumimo-las, e não podemos nunca esquecer e respeitar as opções de quem nos rodeia.
Shrek vale pelas técnicas de animação, o humor adulto, e pela esperança de felicidade votadas aos menos fadados pela beleza.
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