Quando tinha 11 anos, como ela própria afirmava, a minha mãe foi colocada num autocarro para vir servir para Lisboa. Primeiro, serviu em casa dos Martins, que também eram da zona de Cernache. Não sei quantos anos lá ficou, mas sei que não gostou. Não passava de uma criada.
Depois, serviu, até casar, em casa dos Cintra. Foi um período do qual sempre teve boas memórias. Primeiro, porque era tratada como pessoa, com dignidade. Depois, porque lhe permitiu contactar com as mais variadas pessoas que frequentavam a casa. Contava muitas pequenas histórias, a muitas delas nunca demos a mínima importância. Hoje, tenho pena de não ter prestado mais atenção, de lhe ter sabido dar o valor que tinham para ela. Hoje, percebo porque eram importantes para ela.
Aproveito para recordar a minha mãe através desta fotografia, onde estão o seu tio, a avó, Maria Adelaide Cintra (não, o meu nome não tem nada a ver com ela) e dois dos filhos, penso que o Luís Miguel e o Manuel. A minha mãe é a cachopa de vestido florido.
Mãe, sinto a tua falta…
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