Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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20.5.10

Há já muitos dias em que sinto pouca vontade de escrever. Sobretudo, porque não gosto do que eventualmente irei escrever.
Foram muitos dias encerradas em mim e, comigo, isso não é benéfico ou produtivo. Normalmente, preciso sair de mim para que a escrita faça sentido, para que o resultado seja compensador, ou seja, apaziguador.
Como quase todos, escrevo para mim. Para me questionar, para me cimentar, para, ingenuamente, me iludir de que tenho algo a dizer, talvez até a acrescentar.
Mas escrevendo para mim, necessito de buscar material fora de mim para remoer um pouco. Nunca em demasia, que me é impossível.
Não escrevo em torrentes, nem em profundidade. Apenas apontamentos mais ou menos sérios, ligeiros, sobre os meus dias, prazeres e angústias, devaneios e desabafos – confessos ou parcamente ocultados.
Seja qual for o exercício de escrita, necessito do estímulo exterior. Não encerramos em nós o mundo, encerramo-nos do mundo quando teimamos em olhar apenas para o que nos dói. O mundo tem mais dores e mais alegrias quando olhamos de dentro para fora.

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