Com uma bola aos pés
Correm, driblam, sustentam o golo imaginário
Festejam a finta, a vitória
Repousam enfim
Na proa do barco que ainda esta noite buscou alimento
Amanhã será outra labuta
Perdem o olhar no horizonte
Perdem as mãos nos seus corpos
Quentes, molhados de mar e suor
Arrepiados da roupa fria, do desejo
A pele arrepanhada
O sal na tatuagem
O traço de saliva na coxa
O roçar da barba na virilha
O sabor agridoce
O tempo suspenso, na inspiração contida
O encaixe perfeito
No mesmo ritmo, na mesma ânsia
A queda no vazio
Sem força, em braços abraçados
O sol extingue-se
Confundem-se as estrelas
No brilho do olhar
Os rapazes trocam
Mais um beijo, dois, três
De novo a ânsia
De novo os gemidos
Ocultos na sombra
Sentidos no corpo
Os rapazes emergem
Para de novo se afundarem
Um no outro
Até que o grito ecoa na noite.
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