31.5.09
30.5.09
diálogo evasivo
29.5.09
28.5.09
Palavras #161 a 163
estrídulo - adj. Estridente.
Alimária - s. f. 1. Animal irracional (em geral). 2. Fig. Pessoa estúpida.
dipsomania - s. f. Excessiva propensão para beber.
27.5.09
26.5.09
25.5.09
24.5.09
23.5.09
As Memórias de olhar para cima II
Queijinhos Frescos
A minha família é oriunda da Beira Baixa, mais concretamente do Concelho da Sertã, freguesia de Cernache do Bonjardim. Este sempre foi o nosso rumo de férias e de fim-de-semana.
Lembro-me de muitos episódios na quinta dos meus avós, mas havia um ritual que era certo. Nas nossas visitas a minha avó Jaquina dava-nos sempre bolachas waffer com recheio de baunilha, que comprava e tinha sempre guardadas para nos dar. Mas não só. Havia sempre também broa e queijo de cabra frescos feitos por ela. Sabia tão bem. Ainda hoje a sua memória é saborosa.
Imaginem três horas de viagem de carro e depois chegar e ter um lanche com queijinho fresco. Não havia melhor.
22.5.09
21.5.09
20.5.09
Ser melhor
Preciso descansar em braços
Que me resguardem da dor
Na chuva que cai
Deus, pois temo o frio
Sinto que envelheço
Antes do tempo
Crescerei através da dor
Deus, faço tudo o que posso
Porque não é culpa minha
Sei que me ensinaram
a assumir a culpa
hão-de colher as minhas lágrimas
e amparar
a minha dor
a que estou destinada
o amor que me envolve
o amor que me envolve
em chão de pedra
mas que o amor envolveu
19.5.09
18.5.09
17.5.09
16.5.09
14.5.09
Palavras #158 a 160
recalcitrante - adj. 2 gén. 1. Que recalcitra; desobediente; obstinado. s. 2 gén. 2. Pessoa que recalcitra.
pletora - s. f. 1. Med. Superabundância de humores ou sangue. 2. Bot. Estado de uma planta à qual um excesso de alimentação impede de dar flores e frutos. 3. Fig. Mal-estar causado por excesso de vida ou de actividade!atividade fisiológica.
Estase s. f. 1. Med. Estagnação ou imobilidade do sangue ou dos humores nos vasos capilares. 2. Fig. Entorpecimento; paralisação.
13.5.09
i'm a freefaller
Cortesia de Não compreendo as mulheres .
12.5.09
11.5.09
Os rapazes
Com uma bola aos pés
Correm, driblam, sustentam o golo imaginário
Festejam a finta, a vitória
Repousam enfim
Na proa do barco que ainda esta noite buscou alimento
Amanhã será outra labuta
Perdem o olhar no horizonte
Perdem as mãos nos seus corpos
Quentes, molhados de mar e suor
Arrepiados da roupa fria, do desejo
A pele arrepanhada
O sal na tatuagem
O traço de saliva na coxa
O roçar da barba na virilha
O sabor agridoce
O tempo suspenso, na inspiração contida
O encaixe perfeito
No mesmo ritmo, na mesma ânsia
A queda no vazio
Sem força, em braços abraçados
O sol extingue-se
Confundem-se as estrelas
No brilho do olhar
Os rapazes trocam
Mais um beijo, dois, três
De novo a ânsia
De novo os gemidos
Ocultos na sombra
Sentidos no corpo
Os rapazes emergem
Para de novo se afundarem
Um no outro
Até que o grito ecoa na noite.
10.5.09
diálogo escaldante
-Está muito calor.
-Sim, mas vem.
-Epá, não.
-Vá lá.
-Porra, está demasiado calor. Sinto-me desconfortável, transpirada e peganhenta. Agora não.
-Qual é o problema? Vais acabar assim mesmo.
-Já disse que agora não. Mais logo, quando estiver mais fresquinho.
-Mas está-me a apetecer agora.
-E a mim não. Que queres que faça?
-Sabes bem o que quero.
-Mais logo, a sério. Mais logo compenso-te.
-Compensas mesmo?
-Sabes bem que sim. Vai ser muito melhor do que agora, que até me custa a respirar. Logo vou compensaR-te, muito bem compensado. Tomamos um duche antes, para ficarmos fresquinhos e depois é como tu quiseres, quando quiseres, onde quiseres.
-Não sei se aguento até logo.
-Aguentas sim. Vai pensando como queres ser compensado e verás que aguentas. A expectativa pode fazer milagres.
9.5.09
Sou uma pessoa fora do tempo
Vivo do que já passou
Nunca do imediato
Tudo em mim necessita de processamento, de maturação
Sou incapaz do aqui e agora
O meu agora é sempre o passado dos outros
Só conheço o mundo pelos documentos
Nunca pela notícia efémera
Impossível de digerir no agora
8.5.09
JB – Parte da minha história I
A minha foi bastante singela. Não passou de alguns suspiros disfarçados, mas penso que adivinhados por ele. Nunca me fez um comentário que o demonstrasse, mas, observando o passado com o olhar da experiência, vejo bem que não consegui ser o quão discreta desejava ser. Ingenuidades.
Como já disse, ele nunca fez qualquer tipo de comentário, nem eu. Aliás, o facto de ostentar uma aliança no anelar esquerdo e utilizar frequentemente exemplos com histórias dos filhos era para mim motivo mais que suficiente para nada tentar. Mas como todos já sabemos, qualquer paixoneta não concretizada deixa em nós um rasto que perdura, mesmo que outros amores ocorram.
Há uns meses tive de ir à faculdade para pedir um novo certificado de habilitações. Aproveitei para refazer alguns dos percursos de então. Constatei uma série de mudanças: algumas obras de beneficiação, algumas ampliações, mudanças de departamentos. Mesmo sendo o lugar onde passei 4 anos, esses lugar e tempo parecem muito longínquos: numa outra vida.
Aproveitei para almoçar na Casa da Micas, o nosso poiso habitual após as aulas. Também está diferente, mas continua ainda um poiso para a malta. Havia dias em que passávamos lá mais tempo do que nas próprias aulas. Não sei mesmo como nunca fomos convidados a sair.
Estava já sentada quando ele entrou e olhou em redor à procura de um lugar para se sentar também. Foi uma sensação estranha revê-lo. Mesmo sem o intenso remoinho no estômago de há anos, senti à mesmo um aperto instantâneo, um reflexo condicionado reminiscente.
Viu-me e parou uns segundos a olhar-me. A tentar buscar na sua mente a memória de mim. Sorri.
- olá professor!
- Olá, então por aqui? Há muito que não a via.
- É verdade. Tive de vir à secretaria e aproveitei para almoçar. Não me quer fazer companhia? A não ser que tenha alguma coisa marcada, claro. Não quero atrapalhar.
- Não atrapalha nada. Tenho imenso gosto em almoçar consigo. Já lá vai muito tempo, quanto ao certo?
- A brincar, a brincar, 10 anos, professor.
- Por favor, não me chame professor, afinal já não sou seu professor.
- É do hábito.
- Uma vez professor, sempre professor. Não há volta a dar. Não há aluno meu que não me trate por professor. Até eu quando encontro os meus não consigo evitar.
- Acredito.
- Então, o que é feito de si. É sempre bom saber por onde andam os nossos alunos.
7.5.09
6.5.09
jogo cruel
E só tu me podes salvar
É estranho o que o desejo leva os tolos a fazer
E nunca sonhei necessitar de alguém como tu
E nunca sonhei perder alguém como tu
(este mundo só nos quebra o coração)
por ti
(este mundo só nos quebra o coração)
Que jogo cruel de jogar;
Fazer sentir-me assim.
Que coisa cruel de fazer;
Fazer-me sonhar contigo.
Que coisa cruel de dizer;
Tu nunca te sentiste assim.
Que coisa cruel de fazer;
Fazer-me sonhar contigo.
(este mundo só nos quebra o coração)
Por ti
(este mundo só nos quebra o coração)
4.5.09
blackred rose, E. E. Cummings
if there are any heavens my mother will (all by herself) have
one. It will not be a pansy heaven nor
a fragile heaven of lilies-of-the-valley but
it will be a heaven of blackred roses
my father will be (deep like a rose
tall like a rose)
standing near my
(swaying over her
silent)
with eyes which are really petals and see
nothing with the face of a poet really which
is a flower and not a face with
hands
which whisper
This is my beloved my
(suddenly in sunlight
he will bow,
& the whole garden will bow)
3.5.09
2.5.09
Sobre dinheiro
1.5.09
Porquê ler os clássicos?
É verdade que acabam por ser uma leitura prazeiroza, mas quando encontramos um leque de autores e temas que nos intrigam e apelam, temos a tendência para mantermos as nossas leituras nessas áreas e isso acaba por afastar-nos dos clássicos, ou pelo menos no meu caso assim acontece.