Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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30.9.07

You Belong in Barcelona

When it comes to Europe, you don't want to decide between culture and fun. You want art by day and a big party by night.
Barcelona is ideal for you. You can check out some Picasso, eat some tapas, take a siesta, and then dance all night!

29.9.07

Palavras # 32 a 34

fruste - do Fr. Fruste, adj. 2 gén., ordinário; de qualidade inferior; sem colorido. de frustar? adj. 2 gén., diz-se da forma leve e passageira de uma doença.

féretro -do Lat. feretru >Phéretron, s. m., tumba; ataúde; esquife.

panal -s. m., pano grande em que se estende ou embrulha alguma coisa;cueiro;cada um dos rolos de madeira sobre os quais os pescadores fazem deslizar o barco;vela de moinho;tapume de tábuas que resguarda a mó dos cereais; adj. 2 gén., parvo; pacóvio; papalvo.

28.9.07

A morte é nada
Não se vê porque nada resta
A morte é o baço nos olhos
O negro das olheiras
O sorriso que não aflora
No rosto dos que ficam
É aí que encontro a tua morte
Já que nada mais encontro
Adelaide Bernardo

27.9.07

O Caso Esmeralda

O Caso Esmeralda tem causado uma enorme controvérsia e também uma enorme paixão da opinião pública nacional. De um lado a lei, do outro os afectos e pelo meio uma série de erros de parte a parte. Tudo culminou num acórdão que tenta minimizar os erros judiciais, mas que em nada ajuda a pequena Esmeralda ou Ana Filipa.

Tomei conhecimento do caso ainda antes de este se tornar mediático. Conheci o pai biológico e a companheira que me relataram a sua versão dos conhecimentos até à altura, isto já há cerca de quatro anos talvez. Já na altura me pareceu que houve erros de actuação quer do pai biológico, quer dos pais afectivos. O primeiro por não se ter disponibilizado a fazer o teste de paternidade, mesmo que duvidasse da palavra da mãe. Do pouco que conheci dele foi um jovem bastante inconsequente até certo momento da sua vida, o que levou a certos erros e desfechos menos positivos. Este foi um deles. Creio que quando o conheci estava finalmente num processo de maturação e de compreensão das consequências dos seus actos. Neste momento nada mais posso dizer, pois não tornámos a falar.

Enquanto a legitimação da paternidade não se resolveu, a criança foi entregue ao casal que a criou e cuidou e junto do qual desenvolveu todos os seus afectos. Claro que os laços que se desenvolveram não são pequenos e não são passíveis de serem anulados, como algumas posturas do tribunal o parecem querer. Talvez quem faça as leis e quem depois as aplique já se tenha esquecido do que é ser criança. Talvez também não tenham filhos, porque se os tivessem perceberiam que as referências que se tem ao um e dois anos de idade não são olvidáveis.

Não tenho filhos, mas tenho uma relação próxima com os meus sobrinhos. De cada vez que ouvia uma notícia relativa a este caso, achava ridículo e de uma tacanhez que alguém pensasse que esses vínculos pudessem ser alterados ou, melhor, substituídos. Uma criança de tenra idade não é capaz de racionalizar uma situação destas e, digamos, dar uma “oportunidade” ao pai biológico. A criança que conhece um porto de abrigo seguro, que são os seus pais, não compreende nem aceita um pai que não é o seu pai.

O casal que a criou errou ao fugir com ela, porque infelizmente essa nunca seria a solução. Mas o pai biológico, na sua ânsia de ser pai, também não está talvez a ter a postura correcta. A sua postura vai implicar um processo muito traumático para a criança, que não tem culpa dos erros dos pais, nem biológicos, nem afectivos.

Já na altura, disse directamente ao pai que seria uma situação muito complicada para a criança e que seria necessário muito tempo para que ela o aceitasse como pai. Disse também que a situação ideal seria que a criança ficasse com os pais biológicos e que chegassem, se possível, a um acordo de custódia conjunta. Como quando um casal se separa e acorda, para bem dos filhos, em compartilha-los e não em disputa-los. Para isso seria necessário muito senso e também muita sensibilidade. Não seria fácil é verdade, mas seria realmente o melhor para a pequena Ana Filipa.

É tão óbvio para todos que houve tudo menos consideração pelas necessidades da criança.

26.9.07

Domingo à Tarde, Fernando Namora


Ruy de Carvalho no papel de Dr. Jorge, 1965

O meu primeiro contacto com Namora foi através da televisão com Retalhos da Vida de Um Médico, do qual ainda retenho a voz de Carlos do Carmo a cantar a música do mesmo nome.

Aqui há uns anos adquiri a sua obra completa que o Círculo de Leitores editou. Tempos depois li a Casa da Malta por completo e ainda excertos de Retalhos e de Deuses e demónios da Medicina, um interessante trabalho sobre o contributo dado por vários homens ao longo da história para a evolução da ciência médica e a partir do qual é também possível ver uma evolução do pensamento e costumes humanos.

Este Domingo à Tarde relata a história de um médico especialista em doenças terminais, no que hoje se diria de cuidados paliativos, mas que pese embora a sua especialização é tudo menos entendido nessa grande ciência que são a sensibilidade e as relações humanas.

O Dr. Jorge acompanha os seus doentes mas nunca se envolve e nunca se mostra tocado pela sua fragilidade. Até conhecer Clarisse, que o vai desafiar a conhece-la e com quem vai partilhar os seus últimos dias e experimentar uma série de sensações e sentimentos até desconhecidos.

23.9.07

Retalhos da Vida de Um Médico


Serras, veredas, atalhos,
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento

Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas

O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde

[refrão]
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste

E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade

Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina

Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura

Voz: Carlos do Carmo

Música: Tozé Brito

Letra: Ary dos Santos

Carlos Coutinho
(Tema da série televisiva "Retalhos da Vida de Um Médico")

22.9.07

American Pie - Campo de Férias

Tal como os manos Farrelly têm os seus ingredientes do costume - humor non sense e escatológico q.b. - que misturam e voltam a misturar, a saga American Pie utiliza os mesmos ingredientes, mas no universo adolescente. De salientar mesmo, a extraordinária parecença do protagonista com Sean William Scott, the one & only, Stiffmeister.

21.9.07

Me, Myself & Irene

Esta é mais uma demonstração do humor non sense e escatológico dos irmãos Farelly. Vê-se bem, mas está longe de ser extraordinário.

20.9.07

Finalmente há um assunto capaz de destronar o mediatismo do caso Maddie. Só mesmo o futebol poderia fazê-lo. É o “special one” e está tudo dito.

Ah, e neste caso não há criticas ao profissionalismo nacional.

18.9.07

Recomendo

Um dos meus blogs favoritos pertence a Ana Oliveira e ela desenha assim. Adorei esta evocação de Magritte!

17.9.07

Workshop Semântico #5

Exercício 1
No meio da pífia farandolagem era usual os homens contairem orquites.

Exercício 2
A orquite pode ser consequência de um comportamento pífio e da escassez de higiene no seio da farandolagem.

15.9.07

Palavras # 29 a 31

pífio - adj., pleb., reles; vil; grosseiro; ordinário.

orquite - do Gr. órchis, testículo, s. f., inflamação de um ou de ambos os testículos.

farandolagem -s. f., pop., súcia de maltrapilhos;farrapagem.

14.9.07

A Tábua de Flandres, Arturo Perez-Reverte

Perez-Reverte é mais conhecido do público pelas adaptações ao cinema da grande maioria das suas obras, como as mais recentes O Capitão Alatriste, com Viggo Mortesen, e A Nona Porta, com Johnny Depp, e rodado parcilamente em Portugal. Menos conhecidas, são as adaptações, quer espanholas, quer americanas, de O Maestro de Esgrima, A Tábua de Flandres, Território comanche e o mais recente A Carta Esférica.

Na escrita de Perez-Reverte reúnem-se vários elementos como o thriller, a literatura e a arte. Em a Tábua junta-se a estes a lógica e a estratégia do xadrez. Tem como protagonista Júlia, uma jovem restauradora de arte cujo mais recente trabalho é restaurar A Partida de Xadrez do pintor flamengo Pieter van Huys. Ao tratar do quadro descobre nele uma inscrição que leva à investigação de um crime cometido cerca de 500 anos antes e envolvendo os protagonistas do quadro. Mas esta investigação não é impune, pois alguns implicados na investigação actual surgem mortos. É um enredo interessante que nos permite passear um pouco pelas obras dos mestres flamengos e também nos dá vontade de conhecer melhor o xadrez, o elemento fundamental na resolução de todos os crimes da trama.

13.9.07

Xadrez: uma análise

Descobri que o xadrez pode ter uma análise psicológica baseada nos movimentos das suas peças.

O Bispo representa a homossexualidade.

12.9.07

Entre duas memórias (VIII)

Hipótese possível:
quanto maior for a distância
mais frágil é o astro;
segunda hipótese, provável:
a atmosfera sabe
que refractar estrelas é um
jogo; e ganha-o;
desta deduz-se uma terceira:
blocos de pó irradiante,
endurecidos pelo vácuo,
sentem a sua luz estilhaçar-se perto de nós; o interruptor,
como a palavra diz,
interrompe a leitura; hipótese:
provoca um frémito na água
da barragem; talvez verificável;
e outra ainda, quase sem sentido:
a sombra; a lâmpada apagada;
a transformar-se em sono.
Carlos de Oliveira

11.9.07

Sem Rei, Nem Roque

O Roque
O Roque é o único movimento do xadrez em que se jogam duas peças na mesma jogada.
Pode ser o roque pequeno ou o roque grande.
Consiste em ambos os casos em jogar o Rei duas casas para o lado passando a Torre correspondente para o outro lado.

Posição Inicial
Posição Final

9.9.07

Só peço a Deus

Só peço a Deus
Que não me deixe indiferente ao sofrimento
Que a morte encarquilhada não me encontre
Vazio e sem ter dado o meu melhor

Só peço a Deus
Que não me deixe indiferente às guerras
Esse monstro enorme que esmaga
A pobre inocência das pessoas

Só peço a Deus
Que não me deixe indiferente à injustiça
Que não me esbofeteiem a outra face
Se uma garra já arranhou todo o meu corpo

I Only Ask Of God Lyrics, Outlandish

8.9.07

Feira de Artesanato

Pela primeira vez, participei num feira de artesanato a vender coisas feitas por mim. Já tinha vendido algumas coisas a pessoas conhecidas, que por simpatia ou gosto real, me encorajaram sempre a continuar. Agora foi diferente. Foi mostrar o meu trabalho a pessoas completamente desconhecidas. Foi uma experiência que valeu a pena. Não pelas vendas, que acabaram por ser feitas pelos amigos que nos visitaram, mas como todas as experiências o são, pelo conhecimento ainda que subtil que trazem. Foi o poder ver o trabalho de outros, o trocar impressões, o convívio. Será certamente uma experiência a repetir. Até porque a apreensão nervosa que antecede estes momentos será certamente menor. Não sei quando será a próxima participação, mas haverá certamente mais. A seu tempo o direi.

6.9.07

Workshop Semântico #4

Exercício 1

Após beber o mistifório num hausto, começou a escabujar violentamente.


Exercício 2

O escabujo cessou repentinamente após o hausto daquele liquido mistifório, recomendado pelo curandeiro da vila.

3.9.07

Ratatui

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

De há alguns anos para cá, os filmes de animação parecem mais ser para adultos do que para crianças, devido ao seu humor por vezes demasiado rebuscado. Então. Um dos aspectos positivos deste Ratatui é a sua acessibilidade humorística, sem cair na simplicidade básica. Bem como a simplicidade dos valores morais que promove: a verdade, a amizade e a aceitação do outro para lá do preconceito, vendo o que cada ser realmente é. Estes são valores humanos edificantes e talvez não tão avançados como a ameaça do progresso, como em Cars, e as preocupações ambientalistas dos Simpson. É quase o regresso da humanidade à animação, depois de tantos robots e super heróis, ainda que sob a figura de um rato.

É muito prazeiroso seguir as aventuras do rato Remy, que luta contra o preconceito quer de ratos, quer de humanos, para concretizar o seu grande sonho: tornar-se um grande chefe de cozinha. Aceitando o seu chamamento, Remy enfrenta os desafios que o levam a firmar amizade com o ajudante de cozinha e a ser aceita pela sua família, aprendendo que a felicidade não está na fama, mas sim em fazer o que se gosta junto daqueles que se gosta e nos apreciam.

2.9.07

A Rainha

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Em termos de enredo, A Rainha é um interessante exercício psicológico no qual se acompanha o que teria sido o conjunto de reacções da monarca inglesa na semana da morte da Princesa Diana. Como tal, apresenta-nos um figura em conflito entre o que sempre foi educada a sentir e a mostrar em público e o que esse próprio público espera dela. Nesse aspecto, vai-se formando uma imagem bastante humanizada de uma figura que transpira institucionalidade por todos os poros, imagem essa que mesmo assim parece para espectador ver. Porque aquela não é a Isabel II real, aquela é a personagem que se desejaria assim.

Deste modo, o louvor de todo o filme recai muito justamente sobre Helen Mirren. Com uma excelente caracterização física, Mirren recria esta personagem com uma grande subtileza e contenção de olhares e gestos, exactamente como a imagem que possuímos da monarca, mas também lhe aufere esse fundo de humanidade que não transparece da sua figura mediática.

No conjunto, o filme não é um produto equilibrado. Vive de e para Mirren, mas isso não o torna um filme a evitar. Merece ser visto, como um exercício e de possibilidade psicológica e interpretação.

1.9.07

Palavras # 26 a 28

hausto - do Lat. haustu, sucção, s. m., acção ou efeito de haurir; sorvo; aspiração; medicamento que se bebe.

mistifório - do Lat. mixti fori, foro misto, foro simultaneamente civil e canónico, s. m., fam., miscelânea; salsada; confusão de coisas ou pessoas.

escabujar - v. int., debater-se com os pés e as mãos; espernear; estrebuchar.