Faz hoje uma semana que me deitei contigo na cama. Ia dizer que dormi, mas não. Tão longe disso. E o deitar foi só porque sim. Quando muito rolámos numa superfície agradável que até era a tua cama. Tudo o resto foi quase nada. Nem decepção nem surpresa. Foi exactamente o que esperava e que se sabia ir acontecer.
Foi uma constatação e quando muito serás com certeza o primeiro homem a esquecer quando daqui a alguns tempos olhar para trás e pensar com quem deitei ou rolei ou dormi. Sei hoje que serás o primeiro a eclipsar-se da minha memória.
E se te escrevo é só para deixar algum tipo de registo, que a memória não acabe. Não te vou imortalizar. Não. Estou a penas a dar-te o beneficio da dúvida. Quando olhar para este escrito e tentar buscar uma cara para dar a estas palavras haverá pelo menos a dúvida: quem poderia ser. Seria mesmo uma cara ou apenas suma efabulação para uma folha. Um qualquer devaneio em que nos deixamos levar pelo ritmo de uma esferográfica azul noite.
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