Este livro
ficou nas bocas do mundo por, ao ter ganho o prémio Leya, ter sido uma primeira
obra, escrita numa situação de desemprego, cujo autor aproveitou esse hiato
profissional para cumprir o sonho da escrita. Ou seja, esta é exactamente uma daquelas
histórias que se lêem nos livros. E como primeira obra, vale o muito que se escreveu sobre ela? Sim. Revela maturidade, organização, opções estilísticas, personagens e episódios sui generis. Relata a história da família Mendes através de 3 gerações masculinas que atravessam a ditadura, a guerra colonial, o 25 de abril e as décadas posteriores. As vidas destes três homens emaranham-se em cruzamentos com consequências inesperadas e insuspeitas.
Em rescaldo da leitura de O Eléctrico 16, de Filomena Marona Beja, não posso deixa de tecer algumas comparações. A moldura temporal é similar e é nos dada igualmente por três gerações de uma mesma família. Mas o facto de estas serem femininas, a visão não é a mesma. No livro de JRP, devido às ocupações profissionais masculinas, temos uma visão e episódios mais cruéis e violentos.
É um livro a ler com atenção e que recomendo.













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