Quando me olho de manhã ao espelho, não considero a minha pele especialmente branca. É clara, apanha pouco sol, mas não lhe vejo nenhum tom fora do vulgar. Por isso, quando me dizem “estás muito branquinha, precisas de apanhar sol”, aceno condescendentemente que sim.
Nas viagens diárias de comboio, vejo as mais diversas compleições, fruto da diversidade étnica hoje existente no nosso país. Mas entre estas, destacam-se pessoas de aspecto quase etéreo. Pessoas que entre as quatro paredes de casa, dos transportes e do trabalho, não vislumbram raios de sol, porque saem de noite e chegam de noite. São pessoas quase sem vida, suspensos na existência. Quase transparentes.
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