Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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15.11.08

Programas Museológicos e Arquitectura

Museu: “… capital cultural objectivado e fonte prestigiada e prestigiantes de incorporação simbólica.”
(João Teixeira Lopes, p.191)

O conceito de museu tem, nas últimas décadas, alargado a sua amplitude, incluindo novas funções lúdico-culturais, para além das tradicionais. Este alargamento potencia uma maior articulação com a cidade em que se insere e com o respectivo quotidiano social.

O museu tem uma influência incisiva no (re)desenho da cidade, pois é muitas vezes o elemento protagonista na requalificação urbana de um local. Este, seja um espaço reabilitado ou construído de raiz, tem um papel activo no respeitante a: requalificação de áreas degradas; redefinição dos limites da cidades; novas acessibilidades; renovada promoção mediática; e novas dinâmicas sociais.

Assim, o museu assume um papel de ícone de modernidade, oferecendo uma interpretação arquitectónica da cidade num determinado período temporal. Incorporando o museu esta ideia de representação espacio-temporal (zeitgeist), torna-se relevante observar como é que as entidades (o próprio museu e os municípios) fazem o aproveitamento dessa representação no seu discurso institucional. Ou seja, importa perceber qual o papel do museu nas estratégias de divulgação das instituições, bem como é realizada a mediatização da imagem do museu, enquanto conteúdo de fruição, e não enquanto contentor de outros conteúdos.

BARRANHA, Helena (2005), «Arquitectura de Museus e Iconografia Urbana: concretizar um programa, construir uma imagem», in SEMEDO, Alice e LOPES, J. Teixeira (coord.), Museus, Discursos e Representações, Porto: Edições Afrontamento, pp. 181-195.

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