O alcaravão retoiçou devido a um deliquo.
Exercício 2
As crianças retoiçavam alegremente no jardim. Percebia-se pela algazarra e pelos gritinhos de contentamento. Mas subitamente cessou a confusão.
Que aconteceu?
Dirigi-me Às traseiras da casa para ver o que se passava. Um alcaravão esperneava a um canto do jardim. Parecia já velho.
Espantei-me. Era raro ver um destes bichos. Talvez a última vez que vi era ainda criança. Não recordo ver mais nenhum depois.
Dirigi-me À sua beira. Os miúdos olhavam-no intrigado. Mandei-os recuar, mas eles mantinham-se no mesmo lugar. Tive de os obrigar a ir para dentro de casa.
Era óbvio que o bicho estava mal. Tinha o olhar vazio. O fim estava próximo e não queria que os miúdos assistissem. Tinham tempo para estas situações mais tarde na vida.
Pobre bicho, deve ter sido acometido por uma síncope no seu lento rasgar pelos céus. Faltou-lhes as forças para chegar ao seu destino. Quedou-se no nosso jardim rodeado por crianças esfusiantes e a olhar o céu ao qual jamias voltaria.
Compreendo-o. É um bom lugar para nos despedirmos da vida: a vislumbrar um céu a perder de vista.
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