O que me levou a este Canto foi a curiosidade de saber como seria a escrita de Nelson Motta, cujo trabalho em outras lides já conhecia. Nomeadamente, como autor de algumas letras de músicas de Marisa Monte, em especial o meu muito dilecto Bem que se Quis.
E como os livros são como as cerejas, cheguei a este noir baiano, subtítulo mais do que adequado, bem como o título. O enredo inicia-se com um crime que o detective Augustão é incumbido de desvendar. Pelo meio, mais do que o crime, vão-se desvendando também intrigas políticas, amorosas e. principalmente, uma baianidade. E é esse modo de ser baiano que emerge do livro que o torna tão interessante. O crime e a sua investigação são apenas a espinha dorsal, mas o interessante é observar como cada escama, cada fio de cabelo compõem esta sereia e esta baianidade, com o ponto certo de leveza, ginga e humor. Recomendo.
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