Muitos destes cidadãos faltosos são-no propositadamente e até estão numa boa situação, outros são-no por ignorância ou por engano de terceiros. A maioria debate-se ao final do mês para pagar as suas contas, quando são confrontados com citações inesperadas, que complicam ainda mais a sua situação.
O que mais custa, além das eventuais dívidas, é o desprezo com que estes cidadãos são tratados. As citações mencionam números de processos, montantes em dívida e mil e uma formas de as regularizar, mas em momento algum se menciona a razão das dívidas. Quando o cidadão se dirige aos serviços, após maratonas de espera, percebe-se que algumas dívidas são antiquíssimas e até já prescreveram, o que poderá até ser um mal menor, pois eventuais comprovativos podem já não existir.
O que é triste perceber das várias conversas que se ouvem é que:
- os cidadãos não sabem o que pagam e porquê;
- se o estado falha, o cidadão é que paga, com juros, que não são poucos e são constantemente actualizados, tornando-se facilmente superiores às eventuais dívidas;
- a defesa dos interesses dos cidadãos depende apenas da solidariedade dos funcionários que os atendem.
A única conclusão é que o estado adoptou a estratégia do bullying para aterrorizar os cidadãos. Infelizmente, muitos caem na esparrela, acabando por pagar o que eventualmente devem e o que não devem.
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