Penso muitas vezes nisso do transcendente, mas não consigo defini-lo.
Não acredito em vida após a morte, apenas que, enquanto matéria biológica, podemos dar sustente a outras vidas. Mais que isso?
Há quem tenha a sorte ou azar de permanecer na memória de entes queridos ou até da História. Mas apenas uns quantos. Talvez por isso, não tenho grandes objectivos na vida: não espero sobrevivê-la, apenas vivê-la. Passar por ela como qualquer outro anónimo, se possível sem sofrimento. Mas confirmam os eruditos que não há vida sem sofrimento e a verdade é que a vida não é justa.
Então, o que é isso de transcendente?
Para mim, é o wireless que me liga às outras pessoas com quem partilho, um espaço, um tempo, uma bola azul e verde na imensidão negra. Estamos todos ligados, e as nossas escolhas reflectem-se noutras pessoas e vice-versa.
Esse é o meu transcendente: aqui que, nas relações, me ultrapassa.
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