Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

31.3.08

Saldos Literários

Rosa Lobato Faria, A Flor do Sal
Gabriel Garcia Marquez, Horas más
Ismael Kadaré, Le Sucesseur
José Luís Peixoto, Antídoto
Germano Almeida, O Testamento do Sr. Napumuceno da Silva

30.3.08

Palavras #71 a 73

Tugúrio - do Lat. Tuguriu. s. m., habitação rústica; choça; abrigo; refúgio.
Venal - do Lat. vena, veia. adj. 2 gén., venoso. do Lat. venale, vendível. adj. 2 gén., que se vende ou se pode vender; fig., que se deixa peitar, subornar ou corromper.
Histrião - do Lat. Histrione. s. m., ant., bobo, palhaço; fig., homem hipócrita, abjecto pelo seu procedimento; charlatão; comediante; vil, farsante.

28.3.08

Oliva Guerra, quem é?

A Câmara Municipal de Sintra instituiu em 1992 o Prémio Literário Oliva Guerra que permeia trabalhos de poesia inéditos de autores nacionais. Este prémio homenageia Oliva Correia de Almada Meneses Guerra, nascida no Concelho, e em cuja obra como poetisa, musicóloga e cronista procurou não só contribuir para a vida cultural do concelho, mas também promovê-lo além fronteiras.
Das suas várias actividades destaca-se o seu trabalho como presidente do conselho director do Instituto de Sintra, que em conjunto com a Câmara Municipal de Sintra era responsável pela dinamização cultural do concelho, e a edição, de autor, dos livros Passos ao Longe e Roteiro Lírico de Sintra, bem como a sua actividade de cronista em jornais como o Diário de Lisboa. No âmbito das suas várias actividades, conviveu com outras personalidades locais como a Condessa do Cadaval, mais conhecida como Olga Cadaval, o compositor Viana da Mota e o poeta Nunes Claro.

27.3.08

24.3.08

Sempre Jovem

Dancemos em estilo, dancemos por um bocado
O Céu pode esperar enquanto admiramos os céus
Esperançados no melhor mas esperando o pior
Lançarão a bomba ou não?

Deixem-nos morrer jovens ou viver para sempre
Não temos o poder mas nunca dizemos nunca
Sentados numa duna, a vida é uma viagem curta
A música é para o homem triste

Consegues imaginar quando esta raça for vencida?
Virar as nossas faces douradas para o sol
Louvando os nossos lideres entramos em sintonia
A música é tocada pelo louco

Sempre jovem, quero ser sempre jovem
Queres realmente viver para sempre?
Para sempre, ou nunca

Sempre jovem

Alguns são como a águas, outros como o calor
Alguns são uma melodia e outros são o ritmo
Mais tarde ou mais cedo desaparecerão
Porque é que não permanecem jovens?

É tão difícil envelhecer sem causa
Não quero perecer como um cavalo em queda
A juventude é como diamantes ao sol
E os diamantes são para sempre

Tantas aventuras não poderiam acontecer hoje
Tantas canções que esquecemos de tocar
Tantos sonhos que balançam no ar
Deixamos concretiza-los
forever young, Alphaville

23.3.08

Workshop semântico #18

Exercício I
Afinal, aquele não era um vulgar aranzel de bibliotecário, datado da época medieval. Era sim um poderoso feitiço, só perceptível pelo olhar basilisco de quem ousava, voluntária ou inadvertidamente, lê-lo em voz alta.
Exercício 2
Jonatas encobriu-se o melhor possível tentando disfarçar o basilisco que transportava consigo ao atravessar a alfandega e parando para pagar o aranzel. O seu nervosismo atingiu o nível em que sentia a ptose dos seus órgãos internos.

22.3.08

Perdidos e Achados – Chuva de Estrelas

O Chuva de Estrelas marcou uma geração televisiva que transportou as promessas de um festival da canção para um concurso que oferecia imitações perfeitas, o glamour associado às estrelas imitadas e a surpresas das transformações.
O Perdidos e Achados da SIC foi procurar os vencedores das várias edições, hoje quase todos no anonimato, para tentar perceber quais eram as suas expectativas quanto ao concurso.
Constata-se que ganhar um galardão não é garantia de uma carreira na música. Apesar de quase todos continuarem ligados à música, a maioria não consegue viver dela. Aliás, dos vencedores, apenas Sara Tavares, da primeira edição, tem hoje uma carreira consolidada como artista. Depois, há um grande leque de não vencedores que tiveram ali a sua rampa de lançamento, como por exemplo João Pedro Pais e Jacinta.
Aliás, como alguns participantes salientaram, o concurso premiava imitações e foram as imitações que ganharam e não as capacidades artísticas de cada um.

21.3.08

CSI Gólgota

A Bíblia, como construção literária, transmite alguns pormenores imprecisos, prestáveis a várias interpretações. Um dos episódios marcados por imprecisões é o da morte de Cristo, como retratado na edição de hoje do Público.
Tendo sido Cristo crucificado, a questão é: como terá realmente morrido? Ou seja, não sendo a crucifixação a causa de morte directa, o que será? O consenso parece recair sobre a asfixia, devido à posição do corpo na cruz, e à contribuição que outros sintomas para uma maior rapidez da morte. Quanto à sua posterior ressurreição, há quem afirme que Cristo não tenha realmente morrido, mas sim entrado em estado de coma devido aos vários ferimentos infligidos.
A maior dúvida que parece assolar quem estuda o tema diz respeito ao modo como este terá sido crucificado. Parece algo consensual que o modo como a iconografia clássica retrata o episódio – com as mãos e os pés pregados - está incorrecta, uma vez que, devido ao seu peso, as mãos se “rasgariam” e a queda do corpo acabaria igualmente por “rasgar” os pés.

19.3.08

Introdução ao estudo da sociologia

Qualquer coisa é sociologia: das empresas, dos públicos, da família, da cultura, das massas.
Vai lá tudo dar…

18.3.08

16.3.08

Palavras #68 a 70

Basilisco - do Lat. basiliscu < Gr. basilískos, dim. de basileús, rei. s. m., sáurio fabuloso cuja vista tinha o poder de matar; Zool., sáurio americano; ant., peça de artilharia. olhos de -: olhos raivosos, olhos sinistros.
Aranzel - do Ár. marasim, lista legal de preços. s. m., discurso enfadonho; lengalenga; ant., lista; formulário de regimento; tarifa alfandegária.
ptose - do Gr. ptôsis, queda. s. f., afrouxamento dos ligamentos viscerais ou das paredes abdominais, que produz a queda dos órgãos.

14.3.08

Turbo-Folk

No âmbito do ano europeu do diálogo intercultural, o Teatro São Luiz promoveu o ciclo Cidades Invisíveis, no qual procurou promover quer uma reflexão, quer uma ponte de diálogo com as comunidades de imigrantes em Portugal, nomeadamente africana, de Leste e brasileira. Turbo-Folk é o trabalho dedicado ao Leste, desenvolvido pelo Teatro Praga.

É um espectáculo em dois andamentos. O primeiro é profusamente musical e pretende captar a atenção do público quer pela sua aparente ligeireza, quer pela multiplicidade de happenings simultâneos que decorrem em cima do palco. Happenings esses de grande pendor iconográfico. O segundo andamento é um “debate” sobre ideologia, preconceito, cultura, teatro e comunicação.

É um trabalho interessante, mas que transmite uma sensação de desigualdade.

13.3.08

Casa – comboio – trabalho – aulas – cinema – teatro – lojas

Passo 95% do meu tempo entre 4 paredes.

5% a dirigir-me para o seu interior.

Sou um animal de cativeiro.

Saberei ainda viver num ambiente amplo e ao ar livre?

Ou sofrerei de agorotrofia?

12.3.08

E depois há ainda que conjugar as escritas de sínteses de leitura, relatórios, recensões e a redacção dos trabalhos finais.

Helas, ninguém me obrigou a nada, não é verdade?

11.3.08

O desafio de gerir várias leituras semanais com as necessárias pesquisas para os variados trabalhos de cada disciplina revela-se um apurado exercício de equilíbrio de complexa conjugação.

10.3.08

Avalon

Finda a festa
E cansado
Vejo-te chegar
De nenhures
Muita comunicação num movimento
Sem conversa ou noção
Avalon

O samba leva-te
A nenhures
E o cenário esfuma-se
Sem definição
Sim a imagem transforma-se
A cada momento
E o destino
Não se sabe
Avalon

Quando se bossanova
Não há restrições
Queres dançar comigo
Em nenhures
avalon

Avalon, Roxy Music

9.3.08

Metodologia do Trabalho Cientifico

É um ponto em que todos os professores insistem e têm como certo que todos os alunos dominam. Mas infelizmente não.

Muitos porque já fizemos a licenciatura há vários anos e esta ênfase não era tão sentida. Outros porque os cursos eram tão teóricos que mais não exigiam que pesquisa bibliográfica.

No meu caso, todos os trabalhos efectuados na licenciatura foram apenas de pesquisa e leitura e o trabalho escrito exigia apenas a correcta indicação de citações, notas de rodapé e bibliografia.

A selecção de um tema, a apresentação de projecto de trabalho, os relatórios intercalares e a obrigatoriedade de entrevistas nunca foi para mim uma prática corrente.

8.3.08

Câmara Clara #2

Sobre a passagem do tempo:

Xana – mais do que maturidade, ganha-se à vontade.

Manuela Azevedo – há uma ironia que se ganha com o tempo.

7.3.08

Em Portugal não há suficientes agentes literários, secretários ou assessores de escritores.

Sim, senhor.

Mas para onde se pode mandar um CV nesse sentido?

6.3.08

Se ao menos me contentasse com o menos mal. Seria talvez feliz. Será a palavra? Contentada? Mas não. Não me contento com o menos mal.

5.3.08

Julgava que a minha vida seguia numa pasmacenta segurança. Mas de um momento para o outro parece que tudo ameaça esmorenar-se e sinto-me impotente para lidar com a situação.

Nunca soube lidar com o impacto cruel da realidade.

4.3.08

Workshop Semântico #17

Exercício 1

É pasmoso como um convólvulo pode ser tão pileca.

Exercício 2

Era já fim de tarde quando o pastor de rebanhos prendeu a sua velha pileca ao convólvulo de singelas folhas brancas. E uma vez mais ficou pasmoso com o sempre diferente ocaso.

3.3.08

As palavras têm o momento certo para se revelarem ao mundo

Às vezes saem a medo, envergonhadas e tentando esconder-se atrás de gestos e esgueirando-se entre silêncios, tentam passar despercebidas e sem impacto.

Por vezes saem muito senhoras de si, cuidadosamente arranjadas e arrumadas. Sabem bem o que e a quem se dirigem. Definem o seu alvo e mesmo rodeadas de ruídos largam bombas nos ouvidos receptores.

Muitas das vezes saem despreocupadas, felizes apenas por sentirem a fresca brisa leva-las de viagem a um qualquer porto que as receba são palavras um pouco tontas que sorriem e deixamos pairar por aí.

Há as que saem com urgência, atropelando-se na emergência da sua mensagem. Perdem-se sem destino algum numa algaraviada sem sentido.

2.3.08

Palavras #65 a 67

Convólvulo - do Lat. Convulvulu. s. m., Bot., planta trepadeira, de flores semelhantes às do lírio, e conhecida vulgarmente por bons-dias ou corriola.

Pileca - s. f., cavalgadura pequena, ordinária.

Pasmoso - adj., que produz pasmo; assombroso, admirável; extraordinário.

1.3.08

Poesia na Televisão

O programa de hoje do Provedor da RTP versou sobre a divulgação da poesia em televisão, sobretudo os desafios que esta coloca em termos de formato de apresentação. Foram apontadas algumas questões interessantes, como a necessidade não de servir poesia, mas de servir a poesia. Nos vários depoimentos foi transversal a ideia de que é uma área complexa, mas não impossível, que exige um trabalho rigoroso e muita criatividade, à qual as novas tecnologias podem em muito contribuir para ser um produto apelativo. Mas, mais do que mostrar poesia, é também necessário falar sobre ela, quer através de talkshows, quer de documentários.