Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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22.12.14

Com que público me vejo mais a trabalhar? (Parte II – Adultos)

Há uns tempos, fizeram-me esta questão, cuja resposta, para mim, não foi novidade: jovens e adultos. E porque não crianças? É a contra pergunta habitual. Porque:
I.        Regra geral, o público adulto é visto apenas como consumidor final e, como tal, como sendo agente activo com disponibilidade financeira e acesso a formação e hobbies. Mas raras vezes lhe é disponibilizado um serviço educativo.
II.      Considerando os níveis de desemprego e a diminuição do poder de compra registados nos últimos anos, o público adulto cresceu exponencialmente, em termos de disponibilidade de tempo e de necessidade de aquisição de competências, para as quais poderá não ter disponibilidade financeira.
III.    Mesmo sendo um trabalhador activo, um adulto tem, hoje, a consciência de que o seu processo de aprendizagem se faz ao longo da vida, e procura, assim, diversas formas de a obter.
IV.   A selecção desta aprendizagem é potenciada, ou condicionada, por diversos factores: diversidade de horários, proximidade, acessibilidade. Isto faz com que as inteituições tenham, muito perto de si, públicos potenciais que não estão a ser captados.
V.     O público sénior, devido ao envelhecimento da população, é o que denota maior crescimento. Em conjunto com outras instituições, como universidades sénior, que comprovam que este é um público potencial, pode-se explorar uma nova oferta a nível de serviços educativos e formativos.
VI.   Instituições como museus, bibliotecas e outros espaços públicos polivalentes e transversais, sobretudo de gestão autárquica, podem potenciar o valor de aquisição e transmissão de conhecimento do público sénior através, p.e., do voluntariado.
Outros factores poderiam ainda ser nomeados, mas estes são já uma base suficiente de trabalho a explorar. Quem sabe, num local perto de si.


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