Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

24.12.14

#11 – Celebrar a vida

Inevitavelmente, relembrei diversas ceias de Natal desde a infância até agora. Algumas são já uma amálgama, como as passadas na Póvoa com a família materna, pois os avós paternos já não eram uma realidade física. Depois, a casa da Póvoa foi-se e ocorreram diversas alterações. A família passou a alternar o local de reencontro, acolhendo, consoante o local, outros ramos familiares.
Depois, o Natal passou a ser em nossa casa ou nos meus irmãos. Os meus tios paternos passaram a ser presença obrigatória. Os meus irmãos ora jantavam, ora almoçavam, ora tudo. Mesmo na ausência da minha mãe, e talvez por isso, fazia sentido estarmos todos juntos. Depois afastamos-nos um pouco. Um afastamento tão estúpido como o são todos os causados pela nossa incapacidade de lidar com as rasteiras da vida. E quando alguém deixa de fazer parte da nossa realidade física parecem ainda mais ridículos. O ano passado foi um ano de ausências. Este ano há um novo membro na família.
As famílias são assim: estruturas peculiares, sem forma definida ou definível. Por vezes parecem encolher e logo a seguir renovam-se. Estão em constante transformação e pobres de nós se as julgamos estáticas. A família, seja de sangue, ou das pessoas que escolhemos para acompanhar-nos nesta passagem pela vida, é ela própria uma metáfora e demonstração da renovação da vida. Por isso, o Natal é uma celebração de e em família, porque ao celebrarmos a vida, celebramos a família.
E no próximo ano? Aguardemos com serenidade quem se sentará à nossa mesa e quantos mais melhor.

Sem comentários:

Enviar um comentário