Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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20.12.14

Com que público me vejo mais a trabalhar? (Parte I – Jovens)

Há uns tempos, fizeram-me esta questão, cuja resposta, para mim, não foi novidade: jovens e adultos. E porque não crianças? É a contra pergunta habitual. Porque:

  1. Esse é sempre o público prioritário de qualquer instituição. Logo, o habitual é já haver projectos instituídos direccionados para estes.
  2. Trabalhar com crianças, p.e., em grandes grupos, como turmas, não me motiva. Gosto de conversar com elas, mas o processo de descoberta que desejamos encetar com elas corre sempre o risco de resvalar para o entretenimento.
  3. Embora adore participar nesse processo de partilha e não resista à transformação que podemos observar nos seus rostos, não me vejo a faze-lo de modo massificado.
  4.  Talvez ainda não tenha desenvolvido as competências e ferramentas para prender a atenção das crianças e incutir respeito e, por vezes, não digo silêncio, mas acalmia.
  5. Trabalhar com jovens não é necessariamente mais fácil. No entanto, estes têm já um substrato de informação sobre o qual é possível trabalhar.
  6. Os jovens, estando à procura da sua voz, estão também disponíveis para experimentar diferentes formas de expressão.
  7. O grande problema dos jovens é a distracção, provocada pela novas tecnologias. É necessário motiva-los para projectos de desenvolvimento pessoal ou de envolvimento comunitário. Porque quando se empenham, o difícil é acompanhar o seu ritmo e ímpeto.
  8. Este trabalho deve ser realizado em colaboração com as escolas, pois:
    1. É lá que eles estão;
    2. Estas sentem a necessidade de os envolver em projectos complementares ao trabalho dos professores e demais profissionais;
    3. Estas não conseguem dar resposta a todas as suas necessidades.
  9. A formação oficial não é suficiente para responder a todos os desafios que encontrarão pela vida.

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