Uma das
linhas orientadoras do escotismo, tal como deveria ser da vida, é a liderança
pelo exemplo. No meu caso, a dúvida é: como posso liderar, se não sou exemplo
para ninguém. Não é que falhe tudo o que me é solicitado ou que os meus valores
sejam errados. Alias, faço um grande esforço para agir em conformidade com os
mesmos e que estes reflictam o tipo de pessoa que quero ser. Sendo um work in progress,
serei talvez uma pessoa mediana e como tal não tenho a competência, nem a
sabedoria para agregar as pessoas ao meu redor e com elas avançar em prol dum
objectivo. Ou porque os nosso objectivos não são os mesmos.
Aprender fazendo
é também outros dos lemas escotistas. Tenho aprendido imenso, mas não os
conhecimentos práticos que deveria transmitir. A minha memória e capacidade
intelectual sempre foram mais dadas a teorias, que sempre tive dificuldade em
transpor para a prática. Por isso o escotismo me foi tão apelativo: pela sua
componente prática. Esse constante desafio fez-me sair tantas vezes da minha
zona de conforto. Tantas que me tenho sentido demasiadas vezes não numa zona de
desafio, mas numa zona de desconforto. O que me fez ponderar e perceber a
necessidade de me realinhar com os meus objectivos pessoais e reequilibrar os
meus sentimentos.
A imagem que
fica de mim é de alguém que fica aquém. Do que se espera de mim, do que espero
de mim, da minha capacidade (que demorei muito tempo a aceitar que não está
aqui) e da minha competência (que tenho noutras áreas). Sair pode não ser um
exemplo, se for visto como uma desistência. Mas a verdade é que tem sido uma
insistência sem resultados. Então, o que vou procurar é terminar este ciclo da
minha vida com a maior dignidade possível, por respeito a mim e a todos os que
comigo partilharam esta experiência.
Sem comentários:
Enviar um comentário