Tomar decisões
nunca me foi fácil. Tomar decisões significa escolher entre opções e eu sou por
natureza uma conciliadora. Ou seja, porquê escolher se, com um pouco de boa
vontade e astúcia, se pode ter um pouco de tudo.
O problema é
que um pouco de tudo ou um pouco de algo não é o suficiente. Nunca nos
dedicamos de corpo e alma a nada e acabamos por sentir que apenas andamos a
apagar fogos, sempre extenuados desse esforço porque não tivemos o tempo ou a
capacidade de perceber a sua eclosão e até prevenir. por vezes, só a dedicação
sincera e de corpo e alma permite ver uma situação sob todos os ângulos e agir
de acordo com as diversas, e necessárias, perspectivas.
Cada decisão
implica uma abdicação e nós somos seres cumulativos. Queremos sempre mais. Nunca
queremos perder e adiamos ao máximo as decisões que sabemos importantes.
Cada opção
traz consigo um desconhecido com que receamos não saber lidar. Este receio
impede-nos de tomar (quem sabe) as melhores decisões da nossa vida. Ou leva-nos
a que outros decidam por nós.
A cada
encruzilhada é importante ponderar: o que receio mais ao tomar esta decisão? Será
o quê, o como, o quem, o onde, o quando, o efeito? Ao percebermos o que mais
receamos podemos preparar-nos para o que, no final, serão apenas sombras
esfumadas. E se o receio subsistir, avancemos então pelo maior deles. Os outros
serão então, e apenas, meros passos no caminho.
Bruno Quinquet |
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