- aconteceu alguma coisa?
- Não, mas já é tarde. vou para casa.
- Não dormes cá? Mas já é tarde. Fica.
- Não, vou dormir a casa. É melhor.
- Até parece que te estou a mandar embora. É melhor ficares.
- Obrigada. Mas prefiro ir dormir a casa. Assim, tomo banho com as minhas coisas e durmo mais descansada.
- Podes dormir aqui. Ok, não são as tuas coisas, mas estás à vontade.
- Não leves a mal, mas prefiro ir dormir a casa.
- Eu preferia que ficasses, mas não vou insistir. Já vi que não queres.
- Não é que não queira. É só que estou habitada a dormir sozinha e se ficar já sei que não vou dormir como deve ser. Prefiro assim.
- Não costumas dormir acompanhada?
- Não.
- Vais sempre dormir a casa?
- Quando a situação se proporciona.
- Hummm. Isso quer dizer que nunca dormes em casa de um namorado?
- Quer apenas dizer que não tenho namorado com quem dormir e que quando conheço alguém nem sempre se torna em namorado com quem dormir.
- E isso acontece muitas vezes?
- Acontece quando acontece.
- Isso é uma resposta muito vaga.
- Costumas convidar raparigas para dormir aqui?
- Às vezes.
- Isso também é uma resposta vaga, mas nem por isso vou tentar precisa-la. Somos adultos e agimos de acordo com a nossa consciência. Somos o que somos.
- Certo, estava só curioso, mas também não me parece o momento certo para curiosidades. Volto a ver-te?
- Havemos de combinar alguma coisa.
- Ui, isso não é vago. É evasivo. Como queiras. Eu gostava de tornar a ver-te. Fica na tua mão. Liga-me e dá-me um toque quando chegares a casa, só para ficar descansado.
- Ok, dou-te um toque.
- Certo, dá-me um toque. Dorme bem.
- Obrigada, também tu. … não sei se tens algum plano para o fim-de-semana, mas podíamos talvez ir jantar ou ao cinema.